Decanter – Quando, como e para que usar

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Decanter: recipiente de vidro ou cristal que serve para separar depósitos e borras e para liberar aromas.

O decanter (ou decantador) é um recipiente de vidro ou cristal com base larga e abertura estreita que exerce duas funções básicas: serve para separar o vinho dos sedimentos, depósitos e borras que se formam em garrafas guardadas durante muito tempo (nesse caso, exerce sua função original, que é a de decantar, isto é, separar misturas heterogêneas) e também como aerador, desencandeando uma oxidação do vinho capaz de liberar seus aromas, o que comumente se conhece por “abrir” o vinho.

A utilização do decanter pode beneficiar tanto vinhos tintos jovens como antigos, mas é totalmente dispensável para os espumantes, pois sua utilização, nesse caso, faz com que a perlage (borbulhas) desapareça de forma muito rápida. Também não é indicado para os brancos jovens, que não apresentam sedimentos (no máximo cristais inócuos e transparentes de bitartarato de potássio precipitados pelo frio) e que pouco ganham com a aeração.

Em vinhos bastante antigos  – aqueles raros e envelhecidos há  muitas e muitas décadas – a decantação também não é recomendável, pois como a oxidação acontece de forma muito rápida pode fazer com que o buquê do vinho desapareça em pouco tempo. Nesse caso, é mais recomendável servir o vinho direto nas taças.

Vinhos muito, muito antigos não devem ser decantados para evitar que o delicado buquê se evaneça em pouco tempo
Vinhos muito, muito antigos não devem ser decantados para evitar que o delicado buquê se evaneça em pouco tempo

Decantando vinho antigo –  Se você vai decantar um vinho antigo, é importante colocar sua garrafa na posição vertical um ou dois dias antes de servir o vinho para que os depósitos se concentrem no fundo. Nesse caso, o processo de decantação deve ocorrer apenas meia hora antes de o vinho ser servido para que não haja evaporação dos aromas. Depois de a garrafa aberta e de o gargalo limpo, comece a transferir o vinho para o decanter. Com a mão esquerda o decanter é segurado e com a direita, a garrafa (os canhotos operam ao contrário). Coloque um pequeno foco de luz junto do gargalo (vela, abajour pequeno ou lanterna pequena que pare em pé) para certificar que não vão cair borras no decanter. Como a garrafa deve ser mantida sempre na horizontal, o líquido deve ser vertido de uma só vez para evitar que os depósitos se movam. A decantação deve parar apenas quando os depósitos chegarem no ombro da garrafa. Em seguida, tanto a garrafa quanto o decanter devem ser colocados na mesa. (Se você usar vela, esta deverá ser apagada com dedos umedecidos para evitar difundir no ar cheiro que possa comprometer a degustação.)

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Com a garrafa deve ser mantida sempre na horizontal, o líquido deve ser vertido de uma só vez para evitar que os depósitos se movam.

Decantando vinho jovem – No caso dos vinhos mais jovens, sem a presença de sedimentos, a decantação terá o objetivo exclusivo de aerar ou oxigenar o vinho, portanto, o processo não vai requerer tantos cuidados. O conteúdo da garrafa poderá ser vertido para o decantador num gesto único e contínuo. Para favorecer o contato máximo com o ar, as garrafas para decantação são muito largas embaixo. Quase todos os vinhos tintos encorpados se beneficiam desse processo, que pode suavizar seus taninos ásperos, secos e adstringentes. Lembre-se de que não há uma tabela de tempo de aeração no decantador: uma ou duas horas talvez seja tempo suficiente para que o vinho respire. No entanto, dependendo do vinho, é bom esperar períodos maiores. Vale lembrar que sempre a garrafa vazia deve ser mantida ao lado do decantador para que o vinho a ser provado possa ser identificado.

No caso de vinhos jovens, o conteúdo da garrafa poderá ser vertido para o decantador num gesto único e contínuo
No caso de vinhos jovens, o conteúdo da garrafa poderá ser vertido para o decantador num gesto único e contínuo
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Quem Sou

Sou jornalista especialista em vinhos e em comunicação digital. Sou sommelier Fisar e diretora da Associação Brasileira de Sommeliers do DF. Possuo qualificação Nível 3 (Wine Spirit Education Trust) e o Intermediário do ISG. Também tenho certificado em vinhos franceses (FWS) e vinhos californianos (CWAS).

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