Realizada Primeira degustação de renovação de certificados 2018 da Denominação de Origem Vale dos Vinhedos

O processo para a Denominação de Origem Vale dos Vinhedos (D.O.V.V.) é composto por inúmeros passos, muito valiosos na avaliação dos quesitos que caracterizam a D.O.V.V. como única. Uma das regras é a avaliação anual da safra, que normalmente acontece em setembro de cada ano. Tintos, brancos e vinhos-base para espumante passam pela primeira avaliação, que credita ou não ao direito de ter o selo da D.O.V.V., de acordo com as atribuições do produto avaliado: características provenientes das variedades de uvas, acidez, intensidade das cores, qualidade geral na taça, e afinidade com o terroir do Vale dos Vinhedos.

Quando aprovados nesta primeira avaliação, os vinhos recebem um certificado provisório que os qualifica como aptos, e podem seguir os procedimentos mínimos de envelhecimento conforme prevê o regulamento de uso: 12 meses para os tintos e 6 meses para os brancos, contados a partir do início de março. Já os vinhos-base para a tomada de espuma, deverão ter um período mínimo de contato com as leveduras, de 9 meses.

Denominação de Origem Vale dos Vinhedos – Foto: Acervo Aprovale

Após este processo de amadurecimento, os vinhos passam novamente pelo crivo de uma comissão de degustadores, que avaliará se o vinho está apto a ir ao mercado. Esta fase é chamada de “Renovação de Certificado”, pois atesta que, mesmo após o processo de amadurecimento, os vinhos mantém ou melhoraram sua qualidade e podem ostentar o selo da Denominação de Origem Vale dos Vinhedos.

A comissão de degustadores é altamente capacitada. É composta por enólogos da Embrapa Uva e Vinho, da ABE – Associação Brasileira de Enologia e de empresas associadas a Aprovale. A avaliação dos produtos inscritos, tanto no processo do ano, quanto nas degustações de renovação de certificado, é feita de forma totalmente sigilosa e as cegas: somente o consultor técnico da Aprovale sabe quais empresas estão concorrendo e qual a ordem das amostras degustadas. Antes mesmo da degustação, as amostras são coletadas e identificadas através de uma série de códigos apenas conhecidos por ele. Mesmo com o término da degustação, os enólogos participantes não tem acesso aos dados das amostras avaliadas, preservando assim aqueles que eventualmente são reprovados.

Após a aprovação do corpo de degustadores, as vinícolas são comunicadas e enviam a arte do rótulo para avaliação, já com a aplicação do selo da Denominação de Origem Vale dos Vinhedos. O rótulo é avaliado de acordo com as normas de uso do selo e, caso atendam as regras, o vinho recebe a numeração que vai em cada uma das garrafas a serem comercializadas. Cada garrafa da Denominação de Origem Vale dos Vinhedos recebe um número, que pode ser consultado no contrarrótulo do produto, o que possibilita rastrear o vinho e saber detalhes de todo o processo para obtenção do reconhecimento.

Anualmente são realizadas 4 degustações de renovação de certificado e eventualmente podem ser realizadas chamadas extras. Em 2018 a primeira degustação de renovação aconteceu no dia 20 de abril, nas dependências da Embrapa Uva e Vinho. 4 vinhos foram recomendados: 2 tintos e 2 vinhos-base para espumante. Nos próximos dias os rótulos destes vinhos serão encaminhados para avaliação e receberão a numeração para cada garrafa. Após, as vinícolas estão aptas a rotularem e venderem os produtos.

O calendário de degustações prevê a próxima avaliação para agosto, quando também inicia o processo para a D.O.V.V. 2018.

Vinícolas que ostentam a Denominação de Origem Vale dos Vinhedos

Reconhecida desde setembro de 2012, a Denominação de Origem Vale dos Vinhedos é pleiteada anualmente pelas vinícolas do Vale dos Vinhedos. Desde 2012, 10 vinícolas tiveram vinhos reconhecidos. São elas: Casa Valduga, Miolo Wine Group, Peculiare Vinhos Únicos, Pizzato Vinhas e Vinhos, Terragnolo Vinhos Finos, Vinhos Don Laurindo, Vinhos Larentis, Vinícola Almaúnica, Vinícola Cave de Pedra e Vinícola Dom Cândido.

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Quem Sou

Sou jornalista especialista em vinhos e em comunicação digital. Sou sommelier Fisar e diretora da Associação Brasileira de Sommeliers do DF. Possuo qualificação Nível 3 (Wine Spirit Education Trust) e o Intermediário do ISG. Também tenho certificado em vinhos franceses (FWS) e vinhos californianos (CWAS).

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