Abrindo espumante com um sabre: o famoso Sabrage

sabrage
É recomendável que se faça a sabrage em locais abertos.

Já ouviu falar em Sabrage? Pois é, essa é uma técnica francesa muito interessante de abrir espumantes com sabre (uma arma de lâmina levemente curva, de um fio só, com cerca de 88 cm de lâmina e 105cm de comprimento total). Segundo dados históricos, o método data do século XVIII e era muito utilizado por Napoleão Bonaparte ao final das suas batalhas, quando na companhia de soldados abria uma garrafa de champanhe e dizia: “Merecido nas vitórias e necessário nas derrotas”. De lá pra cá muita coisa mudou, obviamente, mas a sabrage, por ser uma técnica que ainda encanta a muitos, insiste em permanecer, principalmente em eventos comemorativos.

Brinda Brasil
Luiz Martins, Etiene Gomes e Rodrigo Leitão – organizador do Brinda Brasil.

Durante a terceira edição do Brinda Brasil – Salão de espumantes e gastronomia de Brasília, realizada nos dias 19 e 20 de setembro, encontrei meu amigo e empresário Luiz Martins. Ele é dono da loja Ponto Vinho e é daqueles que adora a sabrage . Já tinha visto o Luiz abrir algumas garrafas com sabre, mas durante o Brinda Brasil, ele me surpreendeu mostrando que a técnica também pode ser feita utilizando o pé circular de uma simples taça de espumante – parece mentira, não é? Mas, é a pura verdade.  (Assista ao vídeo de 15 segundos  que fiz e subi no canal do blog no Youtube para comprovar a façanha).

 

sabrage
Dados históricos revelam que Napoleão Bonaparte era adepto à sabrage

O Luiz me explicou que o processo funciona assim: primeiro é necessário remover toda a cápsula (objeto de plástico, ligas metálicas ou estanho que cobre o gargalo) do espumante. Em seguida, é importante encontrar a emenda de vidro das duas metades que formam a garrafa, o que pode ser feito com o tato ou a olho nu. O sabre ou pé circular da taça devem acompanhar exatamente essa emenda e devem percorrer o pescoço da garrafa para chocar-se de forma brusca contra a gaiola (o arame que prende a rolha do espumante). Assim, a garrafa se quebra na base do gargalo e a pressão interna, de seis atmosferas, vai se encarregar de expelir a parte superior do líquido para longe. O mais legal desse processo todo é que não há risco algum de beber o conteúdo restante da garrafa, pois por conta do jato de gás carbônico os caquinhos de vidro são jogados pra longe.

Agora atenção: eu considero este método bastante perigoso e não aconselho ninguém a fazer isso sem o auxílio de alguém com bastante experiência na técnica. Se a garrafa estiver quente ou se tiver sido agitada, por exemplo, ela pode explodir na mão, causando profundos cortes. Também é aconselhável fazer a sabrage em ambientes abertos para evitar que o afiado gargalo de vidro da garrafa machuque alguém. O método é muito bacana e bonito de ser visto, mas deve ser realizado por quem realmente entende do assunto para evitar problemas.

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Quem Sou

Sou jornalista especialista em vinhos e em comunicação digital. Sou sommelier Fisar e diretora da Associação Brasileira de Sommeliers do DF. Possuo qualificação Nível 3 (Wine Spirit Education Trust) e o Intermediário do ISG. Também tenho certificado em vinhos franceses (FWS) e vinhos californianos (CWAS).

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